No dia 09 de julho de 2025 — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira uma nova medida que promete estremecer as relações comerciais entre Brasil e EUA. Em carta oficial enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump comunicou que, a partir de 1º de agosto, todos os produtos brasileiros exportados para o território americano passarão a sofrer uma tarifa adicional de 50%.

Outros países também serão taxados, entretanto, o Brasil foi o que apresentou a maior porcentagem dentre todos.

Lista de países:

1- África do Sul: 30%

2- Argélia: 30%

3- Bangladesh: 35%

4- Bósnia e Herzegovina: 30%

5- Brasil: 50%

6- Brunei: 25%

7- Camboja: 36%

8- Cazaquistão: 25%

9- Coreia do Sul: 25%

10- Filipinas: 20%

11- Indonésia: 32%

12- Iraque: 30%

13- Japão: 25%

14- Laos: 40%

15- Líbia: 30%

16- Malásia: 25%

17- Myanmar: 40%

18- Moldávia: 25%

19- Sérvia: 35%

20- Sri Lanka: 30%

21- Tailândia: 36%

22- Tunísia: 25%

A justificativa para a decisão envolve questões políticas internas brasileiras e críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Trump alegou que a medida é uma resposta à suposta perseguição enfrentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Brasil por tentativa de golpe de Estado, além de denúncias sobre censura a redes sociais norte-americanas em território brasileiro.

“A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, é uma vergonha internacional”, declarou Trump no documento divulgado à imprensa.

Impacto na Balança Comercial e Reação Brasileira

O anúncio pegou o governo brasileiro de surpresa. O presidente Lula convocou uma reunião de emergência com ministros da área econômica e diplomática ainda na noite de quarta-feira. Em pronunciamento, Lula destacou que o Brasil é um país soberano e não aceitará ingerências externas em suas instituições.

“O processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado compete exclusivamente à Justiça brasileira. Não admitiremos ameaças que firam a soberania e independência de nossas instituições”, afirmou Lula.

Dados oficiais mostram que, ao contrário do argumento apresentado por Trump, a balança comercial entre Brasil e EUA tem sido historicamente favorável aos americanos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o país acumulou superávit superior a US$ 400 bilhões nos últimos 15 anos.

Possibilidade de Retaliação

O governo brasileiro já sinalizou que, caso as tarifas sejam efetivamente implementadas, poderá acionar a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril deste ano, que permite impor sanções comerciais equivalentes a países ou blocos que discriminem produtos brasileiros.

A movimentação norte-americana também preocupa o setor produtivo. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e absorvem cerca de 12% das exportações brasileiras, com destaque para petróleo, aço, aeronaves e café.

Efeitos Globais e Tensão Diplomática

A iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla de Trump, que, nos últimos dias, vem anunciando tarifas sobre diversos países. Entre os alvos estão Japão, Coreia do Sul, Indonésia, África do Sul e membros do bloco BRICS, ao qual o Brasil pertence.

Analistas internacionais avaliam que a nova política tarifária pode provocar um efeito cascata e desencadear uma nova guerra comercial global, elevando preços de insumos, encarecendo importações e pressionando cadeias produtivas.

Panorama Atual

Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 40,4 bilhões em mercadorias para os EUA e importou US$ 40,7 bilhões, mantendo um saldo praticamente equilibrado. Os produtos brasileiros mais vendidos aos americanos incluem petróleo bruto, minério de ferro, celulose e carne bovina.

A decisão de Trump surge após críticas à participação brasileira na cúpula dos BRICS, realizada no Rio de Janeiro, onde lideranças do bloco condenaram políticas protecionistas e práticas intervencionistas em mercados internacionais — recado interpretado como direcionado aos EUA.

Próximos Passos

O Itamaraty já iniciou articulações junto a países aliados e à Organização Mundial do Comércio (OMC), na tentativa de frear a escalada tarifária e evitar maiores danos ao comércio internacional.

Enquanto isso, o mercado financeiro brasileiro reagiu com cautela. O dólar fechou em alta e ações de exportadoras recuaram, diante da expectativa de maiores custos e possível retração de vendas para os Estados Unidos.

A crise comercial promete marcar as próximas semanas e será um dos temas centrais na campanha eleitoral norte-americana e no cenário diplomático latino-americano.

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