Um forte terremoto de magnitude 6,0 atingiu o leste do Afeganistão na madrugada de segunda-feira (01/09/2025), devastando regiões montanhosas e agravando uma já complexa crise humanitária. Assim, o epicentro foi localizado próximo a Jalalabad, nas províncias de Kunar e Nangarhar, regiões caracterizadas por construções frágeis e acesso precário.
Impactos imediatos e número de vítimas
A princípio, as autoridades do governo islâmico Talibã informaram que o número de mortos já ultrapassa 1.400, enquanto os feridos chegam a 3.000. Casas construídas com barro desabaram completamente, e vilarejos inteiros foram nivelados, deixando centenas de moradores soterrados. A situação é mais grave em áreas remotas, onde o acesso terrestre é quase impossível.
Resgate dificultado por terreno e clima
O terreno montanhoso, agravado por fortes chuvas e deslizamentos, bloqueou estradas essenciais, forçando o uso de helicópteros para resgatar vítimas e transportar feridos. Médicos e voluntários locais lideram os chamados esforços de resgate, embora muitos moradores relatem que “não há ninguém para tirá-los dos escombros”.
Contexto humanitário e apelo por ajuda internacional
O desastre ocorre em meio a uma drástica redução na ajuda estrangeira ao país. Em 2022, o Afeganistão recebia cerca de US$ 3,8 bilhões; em 2025, esse valor caiu para apenas US$ 767 milhões. O governo Talibã apelou à comunidade internacional por apoio emergencial. Índia já enviou mantimentos e tendas, enquanto a China prometeu ajuda.
Desafios sanitários e acesso deficiente à assistência
Primeiramente, as autoridades sanitárias e organismos como a OMS alertam que o sistema de saúde local está sobrecarregado. Muitas clínicas foram destruídas ou já operavam com recursos limitados, deixando grande parte da população sem atendimento médico básico. As vítimas mais vulneráveis — mulheres e crianças — enfrentam maiores barreiras para acessar cuidados devido às normas culturais e à escassez de profissionais femininas em campo.
Preparação e vulnerabilidade sísmica reforçadas
Sendo assim, com epicentro a apenas 8 km de profundidade, o terremoto teve forte intensidade (até VII–VIII na escala modificada de Mercalli) nas áreas mais afetadas.
Portanto, a Geologia do país — situado em zonas de choque entre placas tectônicas — torna o Afeganistão particularmente propenso a desastres dessa natureza. O país já enfrentou outros sismos mortais nos últimos anos, como em 2022 e 2023.